Checar a saúde desse órgão é essencial para o rendimento de qualquer pessoa que pratica exercício. O coração de um esportista possui algumas diferenças quando comparado ao do sedentário ou uma pessoa que pratica exercícios apenas para manter a boa forma. Os esportistas que se submetem a um forte treinamento aeróbico, por exemplo, como a maratona ou uma prova de ciclismo em estrada, podem apresentar aumento do tamanho do coração. Aqueles que usam muito a força, como os levantadores de peso, costumam ter parede do órgão mais espessa. No entanto, essas alterações por si só não prejudicam o seu funcionamento: o coração mantém sua contração e relaxamento normal. Então qual é o perigo?
Nos últimos anos, casos esporádicos de morte súbita de atletas, em geral competindo ou treinando,chamam a atenção da mídia. E o problema, na maioria das vezes, é causado por alguma doença cardíaca pré-existente que o atleta não sabia que tinha. Era algo que já estava ali, dando sinais, mas que no dia a dia dos treinos passava despercebido ou ignorado pelo profissional por receio de ser afastado de suas atividades. Só para se ter um ideia, segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, 80% dos casos de morte súbita tem relação com uma doença arterial coronariana.
Os sinais de que pode não estar muito bem são dores no peito, palpitações, falta de ar ou desmaio. Quem tem perda de consciência, mesmo que por poucos minutos, ou qualquer um dos outros sintomas deve procurar um médico, especialmente se o mal-estar ocorrer ou piorar durante a prática do exercício. Dependendo do problema, a pessoa pode se submeter a um tratamento e, em seguida sua rotina de treinamentos. De qualquer forma, a ausência de sintomas não deve ser considerada um atestado de saúde. As pesquisas têm mostrado que apenas 3% dos atletas que tiveram morte súbita haviam se queixado anteriormente de algum incômodo. Por conta disso, exames que avaliam o bem-estar do coração têm sido cada vez mais comuns – e necessários – entre atletas e aqueles que desejam se dedicar a uma atividade física regular. Não há um modelo único para esse tipo de avaliação. O que dita é o nível de treinamento e o objetivo de cada um. O ideal é que atletas façam, ao menos uma vez por ano e pessoas que buscam somente uma boa forma física duas vezes por ano, exames físicos e laboratoriais, eletrocardiograma e algum teste de esforço. Praticar uma atividade física faz bem, sempre. É preciso apenas, tomar alguns cuidados. Procure um bom cardiologista e faça exercício com a supervisão de um profissional de educação física.
Fonte: Revista Veja