Já há muito tempo as mulheres conquistaram seu espaço na sociedade, mas nos estudos sobre o desempenho de atletas elas ainda são praticamente ignoradas, o que deixa uma enorme lacuna no conhecimento sobre as diferenças de gênero quando o assunto é exercício físico.
“Nós simplesmente não entendemos as mulheres”, admite David Rowlands, do Instituto de Alimentos, Nutrição e Saúde Humana da Universidade de Massey, na Nova Zelândia, em entrevista ao "New York Times".
Há alguns anos, Rowlands coordenou uma pesquisa sobre a recuperação da fadiga muscular em ciclistas masculinos e descobriu que o consumo de proteínas juntamente com carboidratos acelera o processo. Instado recentemente a repetir a experiência com mulheres ciclistas, ele teve uma surpresa: no caso delas, a ingestão conjunta de proteínas com carboidratos não influiu na recuperação.
Outras pesquisas apontam ainda que as mulheres atletas não se beneficiam como os homens de dietas ricas em carboidratos antes de competições, acumulando apenas metade da energia que os homens carregam em seus músculos. Por outro lado, elas também sofrem menos danos musculares que os homens ao praticarem exercícios extenuantes.
Por que as mulheres são diferentes? Uma das explicações pode estar no hormônio estrogênio, que teria maior efeito sobre o metabolismo e os músculos do que se acredita. A ciência, no entanto, ainda tem que correr atrás delas, confessa Rowlands. Enquanto isso, aconselha o pesquisador, as mulheres devem ver com ceticismo qualquer pesquisa sobre esportes, pois na maior parte das vezes elas são feitas apenas com cobaias masculinas.
Fonte: Jornal O Globo
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